Um post em homenagem a uma mulher incrível, aventureira, com um bom coração e que tem uma história de vida magnífica.
Infância
Soraya Câmara Badra nasceu no dia 28 de junho de 1960 em Guajará Mirim, Rondônia, Brasil.
Filha de Salomão Jorge Badra Filho e Valvinda Câmara Badra.
Tem 1 irmão, Rick Badra, e 3 irmãs Celeste Badra, Silvia Badra e Leyla Santos.
Soraya teve uma infância boa, feliz e gostosa, ela brincava de roda, brincava com as crianças da vizinhança, fazia teatro.
O seu primo Sérgio fez uma piscina na casa dele, e Soraya e outras crianças da família iam lá brincar.
Ela também brincava de circo, brincava de onde mora a bela condessa.
Aprendeu a tocar violão e piano quando era criança, seu pai Salomão dizia que ela nasceu para isso.
No aniversário de Soraya, sua mãe Valvinda fazia roupa com casinha de abelha.
Quando ia para o colégio descobriu um programa no rádio que todo mundo cantava.
Cantou numa praça pública quando criança.
Entrou no jardim de infância no Colégio Nossa Senhora do Calvário ou Colégio das Freiras lá pelos 4 anos de idade.
Estudou da primeira série até a quarta série no Nossa Senhora do Calvário.
Nunca reprovou na escola.
Adolescência
Estudou no Colégio Paulo Saldanha da quinta série até a oitava série.
Estudou o ensino médio no Colégio Paulo Saldanha, se formou com 17 anos.
Fez estágio de 1 ano no Colégio Simon Bolívar enquanto estudava o terceiro ano, aos 17 anos.
O estágio era como professora infantil de várias matérias, dando aula para crianças da primeira série no Simon Bolívar.
Depois deu aula para crianças do maternal no Sossego da Mamãe, lá pelos 18 anos até os 19 anos.
Melhor aluna de Guajará Mirim, e uma das melhores de Rondônia
Com 17 anos, quando estava no terceiro ano, foi para Brasília e recebeu o prêmio de melhor aluna da cidade de Guajará Mirim, representando uma das várias cidades de Rondônia.
Cada aluno representava uma cidade.
Ganhou uma viagem para representar Guajará Mirim e Rondônia, para Brasília, e também um anel.
Foi pra Brasília, para participar de uma caravana que homenagearia a posse do presidente Figueiredo.
Reuniram todos os alunos num estádio de Brasília onde o presidente Figueiredo recebeu a posse.
Foi escolhida para dar presentes (cocar, flecha, arco, tambor, plumas, coisas que índios usam) para o Figueiredo.
O nome dela saiu no jornal.
Cantou para o presidente Figueiredo, tocou violão, num estádio.
Depois voltou pra Guajará.
Viagem para a Bahia
Era para ter ido para a Bahia com 18 anos, mas ficou em Guajará Mirim trabalhando no Sossego da Mamãe, e foi pra Bahia com 19 anos, em Salvador.
Quando chegou em Salvador, com 19 anos, começou a estudar para o vestibular de medicina e vestibular de música na UFBA.
Chegou faltando 1 mês para o vestibular da UFBA e passou.
Ainda faltava um tempinho para prestar o vestibular de medicina.
Chegou a estudar na UFBA.
A prima Márcia, gravou uma fita cassete com algumas músicas que Soraya cantou, e deu para o professor da UFBA, que era amigo de Márcia, ouvir.
O professor ouviu a fita, chamou Soraya e disse para ela que não dava tempo para passar no vestibular, pois todos os outros vestibulandos haviam estudado a mais de 1 ano, enquanto Soraya não tinha estudado nada.
O professor da UFBA disse que ia ensinar uma música e que era para ela tocá-la fingindo que estava lendo a partitura, pois não sabia ler.
Na hora do teste ao vivo levou o violão, a partitura e tocou a música clássica que o professor havia ensinado, porém deu um branco e errou.
Um dos júris queria saber se ela tocava algo dela mesma, então cantou uma música do Vinicius de Moraes.
Os jurados se levantaram e a parabenizaram batendo palmas.
Eles aprovaram Soraya porque gostaram muito de sua voz.
Ela ia para a faculdade, participou de um coral e ficou na faculdade só por uns 3 meses.
Não chegou a prestar medicina na Bahia.
Só fez 3 meses de faculdade porque teve que se mudar com Jean Louis para a França.
Ele havia ficado com Soraya por um tempo em Salvador, mas, pelo fato de ser francês, teve que ir embora do Brasil porque não podia trabalhar lá legalmente.
Soraya e Jean Louis se casam
Antes de se mudarem para a França, voltaram para Guajará Mirim para se casarem, mas acabaram não se casando nessa época.
Jean Louis teve que ir para a França, para substituir um médico que estava de férias em Teillet, e lá ficou 1 mês.
Depois voltou para Guajará Mirim e se casaram no dia 28 de outubro de 1980.
Soraya tinha 20 anos.
Ela pegou o sobrenome de Jean Louis, passando a se chamar Soraya Badra Bardy.
Passaram a lua de mel em Guajará Mirim mesmo.
Depois eles se casaram de novo em Paulinet, em 1981, para oficializar o casamento na França.
Missionários católicos
Depois de se casarem, foram para Colorado do Oeste, Rondônia, para trabalharem como missionários católicos, em 1981.
A igreja católica de Colorado do Oeste tinha vínculo com o PT (Partido dos Trabalhadores) e, por isso, os militares perseguiam o partido, por apoiarem movimentos sem terra, e mandaram prender todos eles, inclusive Soraya e Jean Louis.
Mas, quando foram prendê-los, o major pegou malária e Jean Louis tratou dele.
Eles então ficaram amigos, iam prendê-los, mas mudaram de ideia.
Soraya e Jean Louis viajaram junto com o exército, e o avião que eles viajaram caiu dentro da Floresta Amazônica, em uma comunidade indígena chamada Pedras Negras, em Rondônia.
Era um avião de pequeno porte com cerca de 25 pessoas.
Ficaram lá por 4 dias e voltaram.
Soraya e Jean Louis se mudam para Alban
Soraya e Jean Louis tiveram que fugir para a França por conta da ditadura.
Foram para a França, em Alban, no distrito de Tarn, para morarem definitivamente em 1981.
Ficaram em Alban por cerca de 3 meses.
Soraya conheceu Marie José, a irmã de Jean Louis em Paris.
Mochileiros
No período que estiveram na França, Soraya viajou bastante.
Foi para a França, Suíça, Itália, Grécia, Portugal, Espanha, Mônaco, Andorra, Alemanha, Áustria, Hungria, Iugoslávia e Marrocos.
Soraya e Jean Louis eram mochileiros e gostavam bastante de viajar.
Algumas histórias que Soraya viveu em suas viagens:
França
Na França foram para Paris, Toulouse, Albi, Alban, Agde, Montpellier, Marselha, Avignon, Carcassonne, Gaillac, Nice, Cannes.
Tiveram muitas histórias incríveis pela França.
Quando estavam em Alban, fizeram 8 km de bicicleta até Teillet, descendo uma montanha.
Chegaram numa praia onde tinha um lago gigante e lá nadaram.
Jean Louis teve a ideia de cruzar o lago nadando até uma parte que tinha uma pedra, e Soraya ouviu ele, então foram juntos nadando até lá.
O lago era fundo, então não tinham onde apoiar os pés quando estavam a uma grande distância da praia.
Soraya estava nadando quando chegou um bote salva vidas.
Os salva vidas perguntaram se ela queria subir no bote, e ela disse que não, pois queria concluir o desafio, não queria desistir, mas pediu a eles para que a seguissem.
Jean e Soraya chegaram lá e conseguiram realizar o seu objetivo.
Depois de chegarem até a pedra, precisaram voltar, e Soraya estava cansada, mas acabou conseguindo chegar até a praia sem precisar da ajuda do bote.
Soraya ficou muito orgulhosa de si mesma, por conseguir fazer ida e volta.
No final do dia, precisaram voltar para Alban de bicicleta, porém na volta tinham que subir a montanha de bicicleta.
Soraya estava muito cansada, então um amigo do casal, Ericke, ofereceu à ela que amarrasse a bicicleta em sua moto, enquanto a levava.
Isso foi no verão, e Soraya pegou tanto sol que parecia uma pimenta.
No hotel Au Bon Accueil, que pertencia à Jacques, irmão de Jean Louis, fizeram um jantar para apresentar Soraya à toda a sua família e amigos, eles estavam ansiosos para conhecer a brasileira com quem se casou.
Em Paris, quando foi na Torre Eiffel pela primeira vez, Soraya ficou deslumbrada com a vista de lá.
Soraya amou o rio Sena, achou magnífico.
Quando estava grávida, um artista pintou Soraya em Montmartre, um bairro boêmio de Paris.
Suíça
Na Suíça foram para Genebra, Lausanne, Berna, Andermatt.
Lá Soraya e Jean Louis comeram uma pizza com altura de uns 10 centímetros, feita no forno de barro.
Foram num café bar tomar cappuccino, no pôr do sol dava para ver as montanhas bem altas com a cidade em baixo.
Em Berna cruzaram um lugar que tinha um lago de cisnes e também uma ponte que atravessava a região.
Parecia um museu, cheia de pinturas.
Foram num hotel e lá comeram batatas suíças, Jacket Potatoes.
Itália
Na Itália foram para Milão, Trento, Roma, Vaticano, Veneza, Florença, Nápoles, Pompeia, Domodossola, Ercolano.
Lá viajaram com seus amigos Quinton e Dora, fizeram passeios legais.
Com eles, caminharam nas montanhas, subindo o morro, que era muito alto e íngrime.
Iam onde faziam queijo, no alto das montanhas.
Soraya comeu polenta, no ápice da montanha no chalé.
Quinton era muito bom para planejar passeios.
Ele os levou para uma região que tinha um lago vermelho, o Lago Tovem em Tresenga, nesse dia estava muito frio.
Foram em um café para tomar cappuccino, e lá Quinton fez Soraya cantar e tocar violão.
No ano novo eles subiram até um chalé, onde reuniam toda a população da região de Trento, de várias cidades diferentes, tinha muita gente.
Passaram o réveillon lá.
Na Itália tinham pinheiros lindos e cheios de neve.
Quinton e Dora levaram eles numa ponte, onde viram toda a região de Trento, que era linda.
Em Nápoles subiram no Vesúvio, um vulcão da região.
As extintas cidades, Pompeia e Ercolano, foram cidades devastadas pelo vulcão, que entrou em erupção e petrificou a cidade e seus habitantes com suas lavas.
Soraya visitou o local com seu marido Jean Louis.
Grécia
Na Grécia foram em Atenas, Mármara, Tessalônica, Éfeso, Corinto.
Soraya e Jean Louis encontraram uma família de brasileiros na praia e se tornaram amigos, prometeram que nunca iam perder a amizade.
Tocavam violão juntos de noite, almoçavam juntos e faziam tudo juntos.
Soraya e Jean Louis foram visitar os museus.
Ela descobriu uma ânfora cor de rosa no museu, um rosa único e lindo.
Lá eles compraram miniaturas de ânfora.
Jean Louis estacionou num lugar errado e então foram parados pela polícia que prendeu o seu carro.
Os gregos brigaram com Jean Louis e Soraya em grego e eles não entenderam nada.
Jean Louis brigou com eles também e não se entenderam.
Soraya e Jean Louis foram proibidos de viajar, tinham que pagar uma multa e esperar 30 dias lá, até que pudessem retirar o carro e pegar a placa de volta.
Eles não podiam esperar, então Jean Louis pagou para uma pessoa falsificar a placa do carro, e colocou no veículo, então voltaram para a França com a placa falsificada.
Na Grécia eles costumavam acampar.
Portugal
Em Portugal ela foi para Lisboa, Coimbra e Porto.
Lá Soraya foi somente com duas amigas, sem seu marido Jean Louis.
Soraya e suas amigas Alice e Beth visitaram pontos turísticos em Coimbra e Porto.
Elas experimentaram vinhos do Porto, e Soraya acabou ficando bêbada, cantando.
Jean Louis ligava para ela e falou para não deixarem de ver o Cabaré do Porto, no evento tinham homens que cantavam fado (estilo musical português).
Espanha
Na Espanha, Soraya viajou com Jean Louis e também viajou somente com suas amigas.
Ela foi em Barcelona, Madrid, Llotet de Mar.
Soraya e suas amigas, Alice e Beth, ficaram numa pousada de 3 idosas insuportáveis, que ficavam as controlando e dizendo o que tinham que fazer.
Foram caminhar na rua, e no caminho Soraya viu um local que vendia violão, e então lá entrou.
Soraya comprou um violão lá, que tem até hoje, violão feito a mão, artesanal, com edições limitadas.
A marca do violão é José Ramirez.
Alice e Beth ficaram nervosas com Soraya por perderem ela de vista.
Soraya ficou tão fascinada com o violão, por ser apaixonada por música, que acabou nem vendo o tempo passar e se perdeu.
Ela fez amizade com o dono da loja, Don Manuel, que era professor de música.
Ele convidou Soraya para almoçar na casa dele com sua família.
Mônaco
No Mônaco foram para Mônaco Ville, a cidade que o príncipe mora.
Lá eles comeram bouillabaisse, com vista para o castelo.
O castelo era aberto ao público, e lá as pessoas queriam apertar a mão do príncipe, mas Soraya e Jean Louis não apertaram por estarem muito cansados da viagem.
Andorra
Em Andorra foram para Andorra-a-Velha.
Lá eles desceram numa loja de souvenir.
Era uma cidade pequenininha e ficaram pouco tempo, então Soraya não tem muitas lembranças de lá.
Alemanha
Na Alemanha, Soraya e Jean Louis foram para Munique e a região da Baviera.
Eles andaram de charretinha com um burrinho para subir pelas ruas até a cidade dos castelos.
Nessa cidade que foi filmado o filme Sissi: A Imperatriz.
Chegando lá tinham velhinhos com ceroula.
Na Alemanha tomaram banho num lago azulado, tão azulado que quando colocavam a água na mão, a água era azul.
Lá que Soraya viu as estradas mais lindas que já viu na vida.
Eles foram na Oktoberfest, e lá beberam chopp no copão.
Foram num restaurante que ficava em uma caverna onde tinham várias pessoas vestidas tipicamente alemãs.
Áustria
Na Áustria foram para Innsbruck, Viena.
Em Viena foram assistir as óperas, e Soraya lembrava de sua mãe Valvinda por causa dos discos dela.
Foram no rio Danúbio, que ficava em baixo dos pinheiros.
Soraya e Jean Louis nadaram lá no verão.
Foram num teatro assistir uma peça de valsa, e lá estava tudo em alemão, não entenderam nada.
Soraya e Jean Louis estavam viajando, apaixonados, e aproveitando a companhia um do outro.
Ela lembra de quando vestia um vestido azul com verde que amava e que cantou com ele.
Foram ver o trem fantasma em Viena e ficaram com medo.
Lá tinham casinhas pintadas com histórias infantis como João e Maria, Os 3 Porquinhos e Pedro e o Lobo.
Hungria
Na Hungria foram em Budapeste.
O país era comunista.
Ela lembra de quando sentaram numa mesa compartilhada, coletiva, e que não tinham mesas individuais.
Quando pediu para ir ao banheiro do restaurante riam dela falando que não têm banheiros em restaurantes, tinha que ir em banheiro público.
Antes de entrarem em Budapeste ficaram umas 5 horas sendo revistados pela polícia, na época da Cortina de Ferro.
Iugoslávia
Na Iugoslávia foram na cidade Belgrado.
Lá, Soraya e Jean Louis dormiram num chalé de madeira, fofinho com uma caminha aconchegante.
Quando estavam dormindo, foram acordados por uma mulher com uma vassoura gritando com eles, para saírem do quarto porque ela queria limpá-lo.
Ela só ficou quieta quando saíram do quarto.
Marrocos
No Marrocos, Soraya foi para Casablanca, sozinha, sem Jean Louis.
Ela tinha ido para Guajará Mirim por estar de férias, e estava retornando para Alban.
Soraya e Jean Louis estavam se mudando do Gabão para a Costa do Marfim, mas, antes, ela foi para Guajará Mirim passar as férias, e depois voltaria para Alban para então ir para o país de mudança.
Antes de ir para Alban precisava chegar em Paris, pois seu voo tinha esse destino.
O voo para Paris tinha uma conexão, em Casablanca, Marrocos, e Soraya acabou perdendo a viagem.
Quando estava no aeroporto, usava salto alto e caiu, os guardas então morreram de rir.
Ela falou que não era para rirem de uma dama, mas tinham que ajudá-la a se levantar, e assim o fizeram.
Soraya ficou cerca de 3 dias em Casablanca, e lá passeou bastante sozinha.
Estava à procura de um hotel para se hospedar, e, no ônibus em direção ao seu destino, encontrou vários homens elegantes, de terno.
Um dos homens, egípcio, falou com Soraya em inglês, contando que ele e seu grupo eram representantes da ONU e estavam indo para um hotel 5 estrelas.
O homem questionou Soraya sobre onde se hospedaria, e, quando o respondeu, o egípcio disse que ela não deveria ficar lá, estava vestida bem demais para ficar em um lugar como aquele.
O destino dos representantes da ONU era Genebra, uma das sedes da organização.
Soraya disse que estava sem dinheiro e não tinha opções melhores para se hospedar.
O homem então disse para ela ir com eles ao hotel 5 estrelas, e fingir que também era uma representante da ONU junto com eles, pois assim fariam um preço especial.
A diária era cara, mas ela pagou menos da metade do preço.
Conseguiu até comprar um vestido lindo com o dinheiro que sobrou.
Problemas ao entrar na Inglaterra
Soraya e Jean Louis iriam para a Inglaterra, mas acabaram não entrando em Londres, porque Soraya tinha uma cachorrinha, e a polícia inglesa disse que precisavam deixar ela por 40 dias de quarentena.
Se mudaram para Albi
Depois de 3 meses em Alban, se mudaram para Albi, no distrito de Tarn, e ficaram lá por 3 anos.
Jean Louis tinha um consultório médico lá, e Soraya trabalhava em casa e estudava bastante.
Ficaram em Albi mais ou menos de 1981 até 1983, quando Soraya tinha 21 anos.
Quando Soraya foi para a Espanha com suas amigas, comprou um violão José Ramirez, e aí ela e Jean Louis foram buscá-lo depois de alguns meses.
Tiveram que aguardar que o violão ficasse pronto.
Soraya fez boas amizades em Albi, uma delas foi com Jean Claude, amigo de seu marido Jean Louis, que a tratava muito bem, fazendo com que se sentisse querida e acolhida.
Ela tem boas lembranças com seu amigo.
Soraya também tinha uma amiga chamada Claude Couzy, que a buscava em seu apartamento para tomarem chá em um salon de thé.
Algum tempo depois, Soraya passou a estudar medicina em Toulouse.
Ela ia e voltava de Albi para Toulouse.
Soraya chegava de trem até a ferroviária de Toulouse, vindo de Albi, e ficava lá esperando o ônibus para ir na faculdade.
Era o melhor momento do dia dela.
Tomava café, sentava, caminhava, olhava as revistas, observava as pessoas, gostava do ambiente clássico, das músicas que tocavam.
Depois que acabava a aula, tinha que voltar para a ferroviária de Toulouse, de ônibus, e esperar o trem para retornar à Albi.
Ficar na ferroviária fazia parte da rotina de Soraya, e por isso ela tem memórias carinhosas desse tempo que passava curtindo a sua companhia.
Nessa época ganhou uma polaroide, ela amava tirar fotos.
Depois ficou um tempo morando em Toulouse, porque Jean Louis alugou um apartamento para ela lá, facilitando a sua rotina.
Soraya fez medicina na Faculté de Médecine Toulouse Rangueil.
Estudou nessa faculdade menos de 1 ano.
A perda de um bebê
Quando Soraya morava em Albi, estava grávida.
Infelizmente, ela teve problemas na gestação por tomar um remédio, acidentalmente, danoso para o feto, e teve um aborto indesejado.
Soraya não sabia das contra-indicações do medicamento, e tristemente perdeu o bebê.
Graças a Deus, ela e sua família vão o encontrar quando se mudarem para a casa de Jesus.
Nova vida no Gabão
Foram para a África mais ou menos em 1983, quando Soraya tinha 23 anos.
O primeiro país que foram morar na África foi o Gabão, na cidade de Franceville.
Se mudaram para lá porque Jean Louis conseguiu um trabalho bom no Ministère des Affaires Étrangères, que pertencia à cooperação francesa.
É uma organização que manda médicos franceses para países de terceiro mundo.
Jean Louis era o médico que atendia o presidente.
Ficaram cerca de 4 anos no Gabão.
Nesse período, Jean Louis trabalhou no Rallye du Plateau.
Ele cuidava dos motoristas que participavam desse campeonato, ao qual muitas pessoas faziam apostas.
No Gabão, Soraya tentou ajudar algumas crianças.
Tinham muitas crianças comendo frango no lixo, e elas não sabiam dividir.
Soraya então reuniu todas as crianças e tentou mostrar para elas como dividir.
Ela dava uma Coca Cola para uma criança, e ensinava as outras a esperarem, depois dava para outra, e assim em diante.
Um francês quis atrapalhar e jogou um único chips no chão, fazendo com que as crianças se batessem, se mordessem, se machucassem para comer esse único chips.
No Gabão, Soraya nadava e lia na piscina do hotel que estavam hospedamos.
Eles tinham amigos lá, freiras brasileiras e uns amigos de Jean Louis.
Nova vida na Costa do Marfim
Depois se mudaram para a Costa do Marfim, na cidade de Yamoussoukro, em 1986, quando Soraya tinha 26 ou 27 anos.
Jean Louis continuou trabalhando no Ministère des Affaires Étrangères.
Conversão ao protestantismo de Soraya
Nesse período, Soraya foi para Guajará Mirim, de férias, enquanto Jean Louis continuava trabalhando na Costa do Marfim.
Soraya tinha uns 27 anos quando voltou para o Brasil.
Soraya e Jean Louis eram católicos, e ela se converteu ao protestantismo em Campinas, quando foi visitar sua mãe Valvinda e a irmã Celeste.
Ao chegar no Brasil, primeiro foi para Campinas e depois pra Guajará Mirim.
Soraya estava na igreja católica de Campinas quando perguntou a Deus que, se Ele existisse mesmo, se revelasse para ela.
“Deus, o Senhor existe mesmo? Se existe se relava pra mim?”
Quando orou, ouviu “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai se não por mim”.
Foi então se confessar para o padre por achar que tinha pecado.
Valvinda levou Soraya na missa e, quando ela estava sentada, o padre cruzou a igreja com um carrinho coberto por linho branco.
No linho tinha escrito “este busto é o busto do padre” e ela ouviu no seu coração mais uma vez “Deus não está aqui, saia!”
Depois Soraya voltou para Guajará Mirim, e conheceu o pastor Magno.
Lá, foi num retiro da Igreja Batista e encontrou um senhor lendo a Bíblia.
Na igreja viu um órgão, e foi tocar, mas só conhecia uma música católica.
Ela contou da sua conversão pra esse senhor, e então lembrou que conhecia ele.
Ele disse que ela tinha 4 anos quando andou de canoa com ele.
O senhor a convidou para ir na casa dele e sua família para aprender a Bíblia.
Foi a primeira vez que ela ouviu o que a Palavra de Deus falava, nunca tinha lido a Bíblia.
De volta à Costa do Marfim
Jean Louis foi até Guajará Mirim para trazer Soraya de volta à Costa do Marfim, depois de ela ficar cerca de 8 meses sozinha.
Eles brigaram porque Jean Louis não gostou que Soraya se tornou evangélica.
Chegando na Costa do Marfim novamente, lá ficou uns 4 anos.
Encontrou Jesus fortemente lá.
Soraya jogava golfe, era uma boa golfista.
Quando acaba a aula de golfe, ia evangelizar, levou várias pessoas para Jesus.
Soraya tinha amizade com um pastor batista do Alabama, Estados Unidos, que morava lá, e também com um pastor da Costa do Marfim.
Ela cantou num coral de 200 vozes porque era um coral só de europeus.
Soraya foi uma cantora solo em um evento elegante.
Ela fazia curso de pintura em seda, na Costa do Marfim.
Soraya cantava, pintava, jogava golfe, saia e se divertia muito.
Lá fez amizade com uma psiquiatra francesa chamada Caterine Klein e seu marido francês.
Elas faziam tudo juntas, nadavam, iam para a sauna, jogavam golfe.
A amizade foi muito forte, mas sua amiga Caterine e seu marido acabaram se mudando para a Guiana Francesa.
Mudança para Toulouse
Depois de cerca de 4 anos na Costa do Marfim, Soraya e Jean Louis se mudaram para Toulouse, porque Jean tinha que fazer um curso, com intenção de passar em um concurso.
Ficaram mais ou menos 1 ano em Toulouse, de 1990 até 1991.
Soraya amava a casinha pequenininha e aconchegante deles em Toulouse, e amava limpá-la.
Ela que fazia o almoço.
Soraya ficou muito feliz porque foi a primeira vez que decorou a própria casa do jeitinho que ela queria.
Essa foi uma das épocas mais felizes da vida de Soraya.
Ela amava tomar banho numa piscina montável que ficava no quintal deles.
Seu marido Jean Louis fazia jardinagem.
No quintal, colocaram uma mesa de centro com um guarda sol e uma lâmpada em cima, e lá jantaram ouvindo música clássica.
Eles fizeram amizades com os vizinhos.
Soraya tinha 31 anos nessa época.
Jean Louis deu uma poodle para Soraya de presente de Natal, ao qual chamou de Elipsá.
Sua cachorrinha teve dois filhotes chamados Mac e Sairrá.
Jean Louis aceitou Jesus na igreja de Albi chamada Eglise Evangélique de Pentecôte d’Albi.
Mudança para a Guiana Francesa
Jean Louis e Soraya se mudaram para a Guiana Francesa, em Saint-Laurent-du-Maroni, para que encontrassem os amigos que fizeram na Costa do Marfim.
Lá visitou Kourou, a base francesa das naves espaciais.
Eles foram na Île du Diable, Ilha do Diabo, onde os presos mais perigoso da França, eram condenados.
Lá foi filmado o filme Papillon, com Dustin Hoffman e Steve McQueen.
Soraya e Jean Louis tomaram banho no mar de lá, que era de água escura.
Para sair da Guiana Francesa até a Île du Diable, tiveram que pegar um iate cheio de franceses.
Apesar de ser uma antiga prisão, a Île du Diable era linda, cheia de flores.
Soraya e Jean Louis moravam num hospital com grades, onde todos os médicos moravam.
Lá era uma antiga prisão que virou um hospital.
Ficaram menos de 1 ano, em 1992.
Nascimento de Samuel
Soraya descobriu que estava grávida e por isso eles voltaram urgentemente para a França.
Ela passou a gestação em Alban, até que seu filho Samuel Jean Gabriel Badra Bardy nasceu em Albi, no dia 08 de agosto de 1993.
Foi o período mais lindo da vida de Soraya quando o seu filho nasceu.
De volta ao Brasil
Em novembro de 1993, Soraya, Jean Louis e Samuel foram para o Brasil, chegaram lá perto do Natal.
Ficaram em Campinas por 1 mês mais ou menos.
Aí foram pra Guarará Mirim, e ficaram morando na casa dos pais de Soraya.
Morando por um tempo em Alban
Depois eles voltaram para a França, quando Samuel tinha 1 ano mais ou menos.
Jean Louis quis ficar perto de sua mãe Marie Jane, e ficaram lá mais ou menos 2 anos.
Soraya, Jean Louis e Samuel iam nos bosques, tiravam framboesas das árvores.
Mudança definitiva para o Brasil
Depois, em 1996 mais ou menos, voltaram para o Brasil para ficar definitivamente, em Guajará Mirim, e ficaram na casa dos pais de Soraya por 1 ou 2 anos.
Depois Jean Louis comprou uma casa em Guajará Mirim e para lá se mudaram.
Samuel quis sair da casa de seus pais para morar com seus avós, e Soraya e Jean Louis se mudaram para lá depois de alguns meses.
Isso foi mais ou menos em 2009.
Mudança para Porto Velho
Samuel se mudou para Porto Velho para fazer cursinho em 2011, e Soraya foi para lá no ano seguinte, em 2012.
Samuel morava com seu amigo Beto, e depois Soraya se mudou com eles.
Jean Louis e Samuel foram para São Paulo, enquanto Soraya ficou em Porto Velho.
De volta a Guajará Mirim
Depois, quando Samuel e Jean Louis voltaram para Porto Velho, se mudaram posteriormente para Guajará Mirim, com Soraya.
Como Jean Louis, Soraya e Samuel estavam morando na casa dos pais de Soraya, Jean decidiu alugar uma casa, e para lá se mudaram.
Porém a casa estava infestada por cupins e depois precisaram se mudar.
4 meses em São Paulo
Em 2013, Samuel e Soraya foram para São Paulo, ficaram em uma pousada, por 4 meses.
Estadia definitiva em Guajará Mirim
Samuel foi prestar o vestibular em Curitiba, enquanto Soraya voltou para Guajará Mirim, então Samuel voltou para lá, após prestar o vestibular.
Samuel foi aprovado no vestibular e se mudou para Curitiba em 2014, e Soraya e Jean Louis estão em Guajará Mirim desde então.
Em 2015, Soraya, Jean Louis e Samuel viajaram para a França para passar as férias com a família.
Em 2018, Soraya e Jean Louis viajaram para França sozinhos.
Curiosidades de Soraya
- Ama: Deus, animais, natureza, viajar, ler, tocar piano, tocar violão, conversar, estudar, orar, pregar;
- Se fosse uma flor: seria um girassol que o Van Gogh pintou;
- Se pudesse escolher um país pra morar pra sempre: Itália, na região de Trento;
- Estação do ano favorita: inverno;
- Se fosse uma cor seria: lilás lavanda;
- Cheiro favorito: cheiro de lavanda;
- Comida salgada favorita: pão de queijo;
- Doce favorito: bolo floresta negra;
- Bebida favorita: chá de hibisco;
- Filmes favoritos: Titanic, Um Lugar Chamado Notting Hill, A Paixão de Cristo, filmes de animação;
- Livros favoritos: Bíblia, Como Curar Enfermos e Expulsar Demônios, O Nome de Jesus, Como Tomar Posse da Bênção, O Povo Mais Feliz dessa Terra;
- Músicas favoritas: “Tu és Fiel Senhor – Harpa Cristã”, “Above All – Michael W. Smith”;
- Hobby favorito: estudar o hebraico bíblico;
- Países que conheceu: Brasil, França, Suíça, Itália, Grécia, Portugal, Espanha, Mônaco, Andorra, Alemanha, Áustria, Hungria, Iugoslávia, Marrocos, Gabão, Costa do Marfim e Guiana Francesa (17 no total);
- Idiomas que fala: português, francês, inglês, italiano, espanhol, hebraico (aprendendo);
- Nacionalidade: francesa, brasileira;
- Apelidos: Bilu, Sorrayá;
- Lugar favorito que já foi: Val di Sole na região de Trentino, na Itália;
- Gastronomia estrangeira favorita: gastronomia francesa;
- Maior sonho: morar perto de seu filho Samuel e sua nora Beatriz, em Alban, França;
- Dia favorito do ano: Natal e Ano Novo;
- Melhor dia da vida: quando seu filho Samuel nasceu.